domingo, 27 de maio de 2012

Do silêncio se diz tudo

Recentemente conversei com um grande advogado, filiado a um partido sobre a situação política dos partidos e candidatos, com o qual chegamos a pontos em comum.

O PT entrou em um processo de destruição interna através de uma guerra em praça pública. João Paulo impôs o nome de João da Costa à cúpula do PT (Humberto Costa e Maurício Rands), indo até Lula, para garantir sua indicação. Conseguiu a indicação e elegeu o candidato. Quis continuar governando a cidade e bateu de frente com o Prefeito de direito. Abandonou o antigo aliado, que recebeu o apoio da cúpula pra continuar governando.
Em 2010, foi o candidato do PT que recebeu mais votos para deputado federal. Por algum motivo, por alguma lábia geniosa de João Paulo, conseguiu convencer Maurício Rands a lançar pré-candidatura contra o direito legítimo de João da Costa concorrer à  reeleição.
Achou que João da Costa ia desistir ou perder - venceu por uma diferença de pouco mais de 500 votos. O perdedor apelou à Executiva Nacional, que queria um candidato neutro - Humberto Costa seria o ideal, mas João Paulo ou um terceiro também seriam bons. Porém, para isto, precisava do apoio dos dois pré-candidatos que concorreram.
Tenho certeza que Maurício Rands apoiou a ideia - também tenho certeza que João da Costa bateu o pé. E então a Executiva Nacional decidiu marcar uma 2ª prévia.

João Paulo aplica o lema "dividir para reinar": está jogando o atual prefeito e seus aliados contra a cúpula com a intenção de que todos o procurem como solução de todos os problemas do PT. Só faltou combinar com a plateia. Até o presente momento, a maioria dos diretórios zonais e movimentos sociais estão apoiando o atual prefeito. Nessa guerra só quem perde é o PT.

Eduardo Campos agradece. Enquanto vai gerindo o Estado e preocupando-se com Brasília, fica calado sobre o discussão municipal - quer mais é que o PT perca poder para que o PSB reine (mais uma vez, dividir para reinar).

A oposição parece só estar esperando terminar essa confusão do PT pra sair da toca - talvez nem isso. Dos que podem concorrer, só Raul Henry parece estar mais avançado - ainda sem um vice, no entanto.

Enquanto a prévia no PT ainda permanecer indefinida, toda a eleição permanece indefinida.

Eduardo Campos, querendo ser pelo menos o vice de Dilma em 2014, se tornou quase uma unanimidade no Estado. Conseguiu reatar com Jarbas Vasconcelos, depois de 14 anos do rompimento deste com Miguel  Arraes, para chegar aos poucos próximo ao PMDB e não ter problemas quando pretender tomar a vice.

E nesse caminho até Brasília, existe a Copa das Confederações e do Mundo, que envolvem não só a Arena Pernambuco, mas também as obras de mobilidade e infra-estrutura.

Enquanto a eleição de Recife mantiver-se enrolada, também manter-se-á enrolada a eleição de 2014.

Enquanto isso, mantém-se o ditado: dividir para reinar; desunir para governar.

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